segunda-feira, 25 de julho de 2016

#3 | 1976 | CARRIE, A ESTRANHA


Quando é citado na série?
No décimo terceiro episódio da primeira temporada. Rory comentar algo como "as meninas de Chilton desistiram do plano de despejar sangue de porco em mim", alusão ao ataque que Carrie sofre na escola. Chega a ser estranho "Carrie" ter apenas essa citação na série inteira, a relação "mãe e filha" entre a série e o filme poderiam ter rendido ótimas referências (e piadas).

O filme:

"eu vou pro baile procurar o meu negão..."

Acredito que nem preciso falar muito sobre. Afinal, "Carrie" é amplamente conhecido. E, se você nunca assistiu ao original de 1976, provavelmente, você já assistiu ao telefilme de 2002. Há um tempo atrás, o SBT insistia em exibir esse telefilme em toda data macabra aqui no Brasil, seja no Halloween, seja na Sexta-feira 13. "Carrie", a de 2002, foi praticamente um coringa no canal. Até mesmo porquê não teria cabimento exibir Chaves, não é? (olha as piadinhas ruins florescendo)

Caso você nunca tenha assistido ou ouvido falar, Carrie é uma adolescente ingênua e não muito sociável. Sofre bullying dos amiguinhos na escola, e em casa tem que aguentar as agruras da mãe (extremamente) religiosa. Logo, Carrie tem o sonho de ser normal. Acontece que, além dessa barra pesada, Carrie percebe que possui alguns poderes. Poderes que, aliás, só aparecem quando ela tá brava. Ou seja...

Apesar da sinopse "meia bosta" que eu fiz questão de escrever aqui, é importante ressaltar que "Carrie", mesmo que involuntariamente, trata muito bem do bullying sofrido por crianças em escolas. Acredito, de verdade, que em 1976 o filme tenha causado um impacto interessante neste sentido. Assim como o livro homônimo escrito pelo Stephen King (é uma divagação desnecessária, mas né? vou deixar...).


Pontos positivos:

Tudo. Literalmente.


Eu demorei muito tempo pra assistir essa primeira versão por um motivo bem simples: eu sabia de toda a história de "Carrie". Também pudera, assisti a bendita versão de 2002 umas trinta mil vezes, e ainda tem aquela versão catastrófica com a Julianne Moore (maravilhosa) lançada em 2013. Ou seja, assistir Carrie de novo pra quê, não é?

Acontece que, "Carrie" de 1976, é dirigido por Brian De Palma. E, Brian De Palma, é um diretor que não pode ser renegado. O filme, desde o seu primeiro minuto, entrega um primor sem tamanho. Tudo acontece e desenvolve-se no momento certo. Os takes são certeiros e contemplativos. A cena inicial, por exemplo, em que acontece a primeira menstruação da Carrie é fantástica. Pode ser soar clichê e piegas, mas a direção de Brian De Palma é um tesãozinho e completamente válida de todos os comentários positivos existentes.

Sissy bem barbiezinha

A atuação de Sissy Spacek (Carrie) e Piper Laurie (Margaret White, mãe de Carrie) merecem toda a atenção também. Aliás, nenhuma das duas se sobrepõem uma à outra, e sim, completam-se entre si, criando uma parceria perfeita. Ambas possuem momentos individuais memoráveis.

Os momentos em que acontecem o baile de formatura (o ápice do filme) são incríveis e merecem destaque. O baila acontece no meio do filme, e o diretor conseguiu criar uma tensão espetacular para envolver o "grande momento". (eu até ia jogar mais alguns louros, mas acho que já deu, né?)

Pontos negativos:

Sabe que eu não sei? Talvez em uma futura revisão daqui a uns 30 anos (ou nunca).

Lorelai mãe e Lorelai filha gostariam?

Um filme feito sob medida pra assistir em uma maratona Gilmore. E acho que só tenho isso a dizer nesse tópico (estranho).


sábado, 23 de julho de 2016

#2 | 1988 | AMIGAS PARA SEMPRE


Quando é citado na série?
No vigésimo episódio da terceira temporada. O filme "Beaches" não chega a ser citado, mas obviamente é usado como referência. Lorelai canta pra Rory a música "Wind Beneath My Wings". Bette Midler, protagonista do filme, canta a mesma música no ato final de "Beaches". A contextualização? Bem, Lorelai tira sarro da filha por finalmente ela ter virado uma "garota festeira" (ou quase isso -- veja a cena aqui!).

O filme:

that bitch....

Pra início de conversa, "Beaches" é dirigido pelo (quase grande) diretor Garry Marshall. Você pode não lembrar dele, porém, deve conhecer a sua obra magnânima: "Uma Linda Mulher". Garry Marshall fez bons e maus filmes, mas sempre foi um diretor bem simpático e cheio de boas intenções, pelo visto. Garry morreu no dia 19 deste mês (julho de 2016, caso vocês esteja em 2019 e devorando esse blog que provavelmente deve estar abandonado - sim, nota para o futuro!).

Como o próprio nome nacional indica, "Amigas Para Sempre" é um filme sobre amizade. Acompanhamos a história de amor entre duas amigas, C.C. Bloom (Bette Midler) e Hilary Whitney (Barbara Hershey), que mesmo sendo diferentes, tornam-se grandes amigas (claro, ne).

E eu só vou dizer isso porque não tenho condições de falar mais nada sobre a história em si.

Pontos positivos:

canta e encanta

Bette Midler. Sério, gente... Se tem uma pessoa que merece ser estudada e enaltecida, essa pessoa é a Bette Midler. Bette canta, dança, sapateia, atua e ainda é modelo e manequim. Essa mulher faz tudo e mais um pouco. É bruxa, é desquitada, desequilibrada.... (essa última frase foi apenas qualidades de alguns personagens que ela já interpretou, tá?) e ainda arruma barraco com a Ariana Grande (e reconhece seus erros). Ou seja, Bette é fenomenal.

No filme, na verdade, acredito que ela tenha interpretado ela mesma. Ao menos é a impressão que dá. Bette parece ser bem expansiva e ciente do seu talento, portanto, pode-se dizer que, sim, Bette interpreta ela mesma. E que mal há nisso? Nenhum. Bettte tá maravilhosa.

Sua companheira de cena, Barbara Hershey, também tem os seus bons momentos, ainda mais na parte final do filme, mas acaba sendo engolida pelo monstro Bette. Então, fica essa nota de agradecimento para aquela que seria a mãe de Natalie Portman no filme "Cisne Negro" (citei apenas pra você se situar quem é essa grande atriz que cada vez mais segue subestimada nessa indústria que carinhosamente chamamos de Hollywood).

bem trevosa em "Cisne Negro" essa Barbara

Pontos negativos:

O roteiro segue alguns clichês, até mesmo pra 1988, mas é perdoável. Afinal, vemos os mesmos clichês sendo utilizados atualmente. E estamos em 2016, não é?

mas tem pontos positivos esse roteiro, tá?

Lorelai mãe e Lorelai filha gostariam?

Um filme sobre amizade e companheirismo? Um filme da década de 80 com lições de morais? E ainda por cima com Bette Midler? "Beaches" é feito sob medida pras garotas Gilmore!

NOTA: Por que eu criei um tópico pra comentar se elas gostariam, sendo que são filmes que eles citam e... amam? Também não sei. Fica o mistério no ar.


E assistam "Beaches"! (tem no Netflix)

terça-feira, 19 de julho de 2016

#1 | 1983 | FLASHDANCE

Quando é citado na série?
No quarto episódio da primeira temporada ("Lorelai: I thought this place was going to be so great. Now I guess this goes on the Boy Was I Wrong list just above gauchos but just below the Flashdance phase.") e no décimo terceiro da terceira temporada.


NOTA: Ok. Não se acostume: eu não vou ficar citando exatamente o que acontece quando ocorre a citação. Quase impossível lembrar do contexto de todas as 463 citações, né?

O filme:

"Flashdance" é cult, quase atemporal e a afirmação de uma época. Não que todos os filmes da década de 80 não sejam "a afirmação de uma época", mas "Flashdance" une tudo aquilo o que havia de melhor (ou imagino que "una", né?): é um romance mela cueca musical com muita dança e pouca música, e com muita ousadia & alegria também (já dizia Thiaguinho).

A história é absurdamente simples e segue toda aquela linha mórbida do gênero: protagonista gata e pobre que sonha em ser uma grande dançarina (seria mais clichê ainda se o sonho dela fosse ser cantora, mas Jennifer Beals não canta, não), mas tem medo de ir além (???). No caminho para o sucesso, a gata borralheira se apaixona pelo seu chefe.

de dia: muito sofrimento soldando essa barra que é gostar de você
A gata borralheira é soldadora. Sim, amigos, Jennifer Boals é soldadora de dia e de noite uma gatinha felpuda que pula mais que gata no cio.

Pontos positivos?


A trilha sonora definitivamente é o primeiro. Mas é aquele ditado, né? Como uma trilha sonora feita por Giorgio Moroder poderia ser ruim? Como? Quase impossível!

tem cenas memoráveis sim

As coreografias também são supimpas e o diretor, pelo visto, sabia disso já que tem umas três cenas (mentira! tem bem mais!) de dança inteiras e que não acrescentam em nada para a trama, mas ok... Ao menos são ótimas (e com uma boa trilha sonora de fundo).

A direção de Adrien Lyne é toda sapequinha. É meio morde e assopra (dá uma olhada na filmografia do diretor no IMDb, "Flashdance" é o "Xuxa Só Para Baixinhos dele).

Pontos negativos?

O roteiro.

O roteiro de "Flashdance" é, digamos... inexistente. A protagonista dança super bem e sabe disso, mas tem medo de entrar numa escola de dança, pois se sente inferior por nunca ter feito um curso bacana de dança ou algo assim. Até aí, ok. O problema é que ela fica a primeira hora do filme atrás de macho.

DANDO SHADE POR CAUSA DE MACHO? sim

Depois de uma hora, ela acorda pra vida, mas não literalmente. Aparentemente, o macho é muito bom de serviço e ela não consegue dizer "não". Mesmo que ele vá pro ballet acompanhado da ex e dê uma desculpa bem esfarrapada pra isso (o roteiro tenta dar uma justifica mais pra frente, mas... GIRL? REALLY?)

E pronto. Esse é o filme!

Lorelai mãe e Lorelai filha gostariam?


SIM! Quem assiste (ou já assistiu) "Gilmore Girls" sabe muitíssimo bem que as garotas gilmore tem um gosto duvidoso e bem zoeiro na hora de ver filmes. "Flashdance" se enquadra nas duas questões. E é facilmente imaginável os comentários das dua acerca do filme. Ainda mais se tratando de uma guria que corre atrás de homem uma hora inteira num filme de uma hora e meia (Lorelai mãe tiraria muito sarro e depois se tocaria que "ops... sou eu ali").

Rory questionaria a liberdade feminina e lembraria dela mesma também.